O criador da Intempol, retratado por Osmarco Valladão |
Bem-vindo, novato, eis seu crachá de visitante. Mantenha-o à mostra durante a visita.
Não toque em nada. Segurança é tudo.
Sabe como é, a história não é fixa e qualquer modificação, por menor que seja, muda tudo. Você não gostaria de exterminar a si próprio inadvetidamente. Deixe-me guiá-lo por estes corredores brancos.
A partir de 1998, o porvir será interessante, com alguns de nossos conceitos sobre fluidez cronal e realidades alternativas caindo no senso comum. No cinema, haverá a revelação da Matrix, dos Homens de Preto e de uma coisa chamada Avatar, mudando nossa maneira de ver o mundo e revelando alguns segredos ao público. Observaremos o amadurecimento de um evento na Internet chamado “redes sociais”, que reunirá pessoas em tempo real, o tempo todo.
Tempo, tempo, tempo.... sempre ele. No Brasil haverá a ascenção de uma presidenta e nos Estados Unidos, um líder chamado Obama. Curiosamente – e você vai pensar que estou de brincadeira, mas a história é irônica – também aparecerá um líder terrorista chamado Osama, que, munido de dois aviões e alguns avoados, derrubará duas torres. Tudo isso, recruta, acontecerá num piscar de olhos, enquanto seus dedos digitam as Caixas Registradoras e passam os Cartões Cronais, equipamento padrão da Intempol.
Em 1998 suge – sim, acostume-se com as mudanças abruptas dos tempos verbais em uma conversa – o primeiro sinal da Intempol, num conto chamado “Eu Matei Paolo Rossi”, que conta subversivamente a verdade por trás de todas as Copas do Mundo. Pois é, sabe aquelas teorias conspiratórias que enxameam as fofocas diárias? São todas verdadeiras. Todas, até as que você sabe que são impossíveis.
Cada um dos contos da série Intempol, escritos por autores diversos, revelam realidades tão palpáveis quanto críveis que chamamos de “Mitoverso”. Dentre esses contadores de histórias, está Osmarco Valladão, pai de Lace O’Malley, um detetive chandleriano em uma Hollywood de sonhos e sandices, de clones temporais e planos megalômanos. O conto The Long Yesterday, que conta a aventura de um homem de ação recrutado por uma empresa dedicada à adequação da história aos seus propósitos, foi publicado no mítico ano 2000, dentro da antologia Intempol, e virou um álbum em quadrinhos em 2005.
A narrativa roteirizada por Valladão e desenhada pelo prolífico e legendário Manoel Magalhães recebeu indicações para prêmios, mas desapareceu rapidamente das livrarias, talvez devido à ação de forças externas (cof... cof...), deixando um gosto de irrealidade, de lembrança de um sonho à beira do despertar. A Intempol continua a aparecer eventualmente – serão publicados, até 2014, quase 50 contos, dois romances, dois albuns em quadrinhos e uma webcomic – mas O’Malley e sua gangue sumiram por tempo demais. É hora do retorno.
Seja bem-vindo, calouro, e participe do ressurgimento do detetive mais durão de todos os tempos, no Catarse.
Sim, isso é uma convocação. E uma celebração.
Alguns brindes para os colaboradores. Sim, isso é com você! |
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